Inventário de Proteção do Acervo Cultural

 
CAMPANHA

Minas Gerais       Brasil

 

 

Ano 2001
 

  HISTÓRICO DO MUNICÍPIO

 
                                                                

1. Município: Campanha                                                                        2 . Distrito: Sede

 

 
                     

 

 

 

INFORME HISTÓRICO

 

Como, quando e onde surgiu a cidade da Campanha

 

 

As primeiras cidades fundadas em Minas Gerais devem sua origem à ambição pelo ouro, que moveu bandeirantes fazendo-os caminhar léguas por lugares antes não penetrados. Entre elas inclui-se a cidade da Campanha, o que é evidente ainda nos dias de hoje em profundas escavações nos terrenos que a circundam. A fase inicial da história compreende um longo período do século XVIII, onde encontravam-se princípios de uma sociedade. Muito antes de 1700 começaram as entradas dos paulistas, que vinham caçar índios com o fim de escravizá-los. Logo após, os bandeirantes, atraídos pela fama que corria das ricas minas de ouro descobertas em Minas Gerais. É então que se esboçam os primeiros rudes povoados que indicando a localização da antiga riqueza aurífera e de diamantes de Minas Gerais, constituíram o início da vida civilizada dos sertões de Minas.

 

Campanha é a cidade mais antiga do Sul das Minas Gerais – cidade histórica reconhecida oficialmente em 02/10/1737 – povoação iniciada no ciclo do ouro. Elevada à freguesia em 06/02/1752, à vila em 20/10/1798 e à cidade em 09/03/1840.

 

O ouvidor Cipriano José da Rocha, saindo de São João Del Rei a 23 de setembro chegou ao arraial da Campanha no dia 2 de outubro de 1737 e, entusiasmado com a fertilidade do seu solo e com as riquezas das minas de ouro encontradas, deu ao povoado o nome de São Cipriano. O nome da atual cidade – Campanha - se deve à topografia, pois a cidade se encontra localizada numa colina circundada por extensas campinas.

 

Campanha desde o século XVIII esteve presente em fatos históricos do Brasil e de Minas. Dentre eles, teve participação no episódio da Conjuração Mineira. Dr. Inácio de Alvarenga Peixoto, um dos conspiradores, viveu em Campanha, onde possuía inúmeras fazendas e era um dos homens mais ricos de Minas, no seu tempo. O esgotamento das minas, alegado por aqueles que se esquivavam ao pagamento de seu débito para com o físco, já na segunda metade do século XVIII, acentuava-se cada vez mais, prenunciando o fim de uma era de grandeza.

 

Passado o ciclo de grandes atividades desenvolvidas em torno das minas, sofreram natural estagnação ou decadência, todos os rincões de Minas Gerais onde predominavam os interesses ligados à mineração. Campanha, entretanto, manteve-se por muito tempo como centro de industrialização e cultural de toda a região Sul Mineira. Foi, ainda, sede administrativa e jurídica do Sul de Minas: a primeira, por quase um século, e a segunda além de um século. Pioneira da instrução, em razão mesmo de sua antigüidade, sempre gozou de merecido renome, pela notável contribuição que deu à causa do ensino em nossa pátria, desde os primórdios de sua formação histórica, como bem definiu o jurista e historiador campanhense Ministro Alfredo de Vilhena Valladão, quando declarou: “Refulgiu pelo ouro da terra e pela fé, pela cultura e pelo civismo de seus filhos”.

 

Ainda alguns anos depois da nossa independência, a instrução pública em Minas Gerais era extremamente limitada, pois além de algumas escolas de primeiras letras que aqui e ali se encontravam e de dois colégios dirigidos por padres, um conhecido em Congonhas do Campo e o outro no Caraça, não existia em toda província outro qualquer estabelecimento de instrução secundária além do seminário de Mariana, onde se preparavam os padres, e uma simples cadeira de latim em algumas das principais vilas da província. Campanha era uma dessas vilas privilegiadas e a única no Sul de Minas para onde afluíram estudantes de outros pontos, quer próximos, quer distantes, pois era a sede da 3a Circunscrição Literária.

O anseio de seus filhos para instrução manifestou-se desde os primeiros tempos, como se evidencia pelo que ocorreu quando foram inaugurados os cursos jurídicos no Brasil, apenas com duas faculdades – uma em São Paulo e a outra em Recife. Na primeira matricularam-se quatro mineiros, três dos quais eram campanhenses e um de outra cidade. Esta cidade, de 263 anos de existência oficial, tem tido inúmeros estabelecimentos de ensino, tanto particulares como oficiais.

 

Como não poderia ser diferente dos urbanismos de sua época a sua população era gente de todas as partes niveladas pela ambição de ouro. A cidade era organizada por camadas humanas relativas a cor, pois 60% era negra, que constituía a mão de obra escrava, 30% pardos e 10% brancos. Estes, dominavam politicamente e não se submetiam aos trabalhos pesados.

 

No percurso de sua história, Campanha recebeu gente vinda de várias partes do Brasil e de diversas categorias sociais. A sua riqueza mineral e vegetativa propiciou o desenvolvimento da sociedade, o que levou a receber visitantes ilustres como a Princesa Isabel, Carlota Joaquina, Conde D’Eu, Euclides da Cunha, Manoel Bandeira, Sílvio Romero, José do Patrocínio, Pedro Ernesto Baptista, Bárbara Eliodora, entre outros. Suas passagens por Campanha, marcaram a história da cidade, mas a recíproca é verdadeira. A cidade também os marcou, muitas vezes registrado nas suas obras culturais levando-os a construírem moradias (casarões e templos)  e permanecerem aqui por um tempo considerado.

 

Campanha também gerou personalidades reconhecidas internacionalmente, como Vital Brazil Mineiro da Campanha - cientista descobridor do soro antiofídico e Maria Martins - considerada uma das artistas surrealistas mais relevantes do planeta.

 

No passado, a grande extensão do município ocupava a margem esquerda do Rio Grande até o Jaguari, das cumiadas da Mantiqueira até o rio Pardo, estendendo a sua jurisdição municipal – com legislação num círculo de quase 3 mil léguas. Por essa extensão de terra e pela riqueza natural e cultural, Campanha é considerada a cidade mãe, fertilizadora das outras cidades – o berço do sul de Minas.

 

Primeiros moradores

 

Na Segunda Carta do Ouvidor a D. Martinho vê-se que “vai entrando muita gente: tem mantimentos em abundância e bom cômodo, e continuamente estão entrando carregações”.

 

Depois de algumas pesquisas nos documentos da época, podem ser considerados como povoadores do lugar:

 

1 – Antônio de Sousa Portugal, natural de Santo André de Guiães, Feira no Bispado do Pôrto, casado com Antônia da Graça de Jesus natural de Baependi e filha de Domingos Nunes de Siqueira

(de Taubaté) e de Clara Moreira (de Jacareí).

 

2 – Luís Colaço Moreira, natural de Guarapiranga e filho do Sargento-mor Inácio Moreira de Alvarenga e de Ana Barreto de Lima. Pedro Taques menciona-o como “um dos primeiros povoadores da Campanha do Rio Verde”. Casou-se nesta localidade com Leonor Domingues de Carvalho, f. de Antônio Cardoso Bicudo e de Maria de Camargo de Almeida. Sua mãe (Ana Barreto Lima) aqui faleceu a 6 de maio de 1751;

 

3 – Capitão Manuel Garcia de Oliveira. Era Capitão-mor “o primeiro que conta o Arraial”. Achava-se provido desde 27 de janeiro de 1737 para Aiuruoca, Rio Grande e Paraibuna. Com ele entendeu-se o Ouvidor e pediu-lhe que também  superintendesse o novo Arraial.

 

4 – Francisco de Araújo Dantas. Era natural de S. João de Itaboraí, Rio de Janeiro, e casado com Catarina Pedrosa de Almeida, natural de Pitangui. Foram pais do Descobridor das Águas Virtuosas, Antônio de Araújo Dantas, aqui batizado a 21 de janeiro de 1741.

 

5 – Henrique de Costa, natural de Caparica, Lisboa, casado com Jerônima Maria de Jesus, natural de Baependi e ali moradores, anteriormente.

 

6 – Domingos Gonçalves Viana, natural de Arcozelo, Braga, e filho de Manuel Gonçalves e de Serafina Alves. Era casado com Branca Teresa de Toledo, filha de Salvador Corrêa Bocarro e de Ana Ferreira de Toledo. Muitos campanhenses atuais descendem desse tronco.

 

7 – Alferes André da Silva Tourinho, natural de Conceição do Rio Grande e Carrancas. Foi casado com Maria da Silva Leme, natural da mesma localidade.

 

8 – Domingos de Araújo, natural de São Tomé de Lhanas, Lamego, filho de André de Araújo e de Ana Francisca. Era casado com Maria Caetana de Sá, natural de Ferros, Lisboa, filha de Atanásio de Sá e de Josefa Maria.

 

9 – Domingos Xavier Machado, casado com X. (Seu filho homônimo faleceu com 20 anos em Campanha, de onde era natural, a 2 de julho de 1757). Era casado com Paula Moreira. Foi um dos ribeirinhos do Rio Verde.

 

10 – Manuel Vás Guimarães, natural de São Pedro de Avação(!), Guimarães, e filho de Antônio Vás e de Ana Francisca. Era casado com Antônia Cardoso, natural de Guaratinguetá e filha de João Rabelo Crasto (sic) e de Maria Bicuda. Moravam antes em Aiuruoca.

 

11 – André Vieira da Fonseca. Em 1741 foi padrinho de batismo de Lizarda, filha de Miguel Antônio da Cunha e de Domingas Barbosa.

 

12 – Baltasar Gomes Lima, natural de Santa Marinha de Arcozelo, Braga, filho de Lourenço Gomes e de Ventura Lima. Era casado com Maria Cardoso, natural de Aiuruoca e filha de Manuel Vás Guimarães e de Antônia Cardoso.

 

13 – João Gonçalves Figueira, filho de Manuel Afonso Gaia e de Maria Fernandes Figueira. Foi casado 2 vezes, a 1A com Maria de Lara (51), filha de Lourenço Castanho Taques e de Maria de Araújo; a 2º com Josefa de Almeida, filha do Cap. Tomé Alvares e de Ana Maria de Almeida. Assevera Taunay que João Gonçalves Figueira “depois de ser juiz ordinário e dos órfãos em Santos e regente das minas de Paranapanema, afundou no sertão para junto dos irmãos”. É um dos signatários da Irmandade do Santíssimo Sacramento, desta localidade.

 

14 – Francisco Martins Lustosa, Natural de Santiago de Lustosa, no Bispado de Braga (donde o cognome), e nascido em 1700, filho de Antônio Martins e de Ângela Gomes. Foi tabelião em Mogi das Cruzes, em 1732, ali se casando com Maria Soares de Jesus, filha de Domingos de Carvalho e de Teresa de Jesus. Em 1736, era residente em Alagoa de Aiuruoca, onde leva a batismo Teresa, no dia 15 de julho. Em 1737, 21 de abril, é recebido na Irmandade do Santíssimo, em Aiuruoca. Logo depois, convidado pelo Capitão Manuel Garcia de Oliveira, vem residir na Campanha, onde foi “comerciante e cortador de gado”. É um dos signatários do auto de posse do Arraial, em 1743. Em 1745, é recebido na Irmandade do Santíssimo Sacramento, na Campanha.

 

Primeira Igreja

 

A primeira e antiga Matriz de Santo Antônio, a primeira igreja construída na Campanha, então Freguesia de Santo Antônio do Vale da Piedade da Campanha do Rio Verde, pela vontade e pela fé dos pioneiros e bandeirantes que habitaram estas ricas e aprazíveis terras, no limiar do séc. XVIII.

 

Entre 1737 a 1742, a igreja foi construída, nela se despendendo nove mil oitavas de ouro, pela Irmandade do Santíssimo Sacramento. Não era esse templo de pequenas dimensões, pois havia no seu interior 93 sepulturas e estava situado pouco abaixo da atual Catedral, na parte em que a Praça Dom Ferrão se larga, nas imediações dos jardins e das estátuas do Mininistro Alfredo Valladão e do cientista e sábio Vital Brazil Mineiro da Campanha. Durou relativamente pouco essa nossa primeira Igreja Matriz, pois em 1800, já tinha aspecto de ruínas. Em seu adro existia uma cruz, ao pé da qual foi enterrado, sem nenhuma pompa e no hábito do seu Padre São Francisco, de que era terceiro, por sua última vontade manifestada em testamento que fez antes de falecer em 20 de dezembro de 1748, o grande bandeirante Capitão-mor João de Toledo Piza e Castelhanos.

 

A segunda igreja construída na Campanha foi a da Nossa Senhora do Rosário, por Provisão Régia de 1759. Segundo descrição de Francisco de Paula Ferreira de Rezende, em sua obra “Minhas Recordações”, a Igreja do Rosário esta colocada acima da Matriz, no ponto mais alto da colina em que a povoação se assenta, justamente no lugar em que, naquele tempo, acabavam as casas e começava o campo. Sem nenhuma arquitetura e sem torres, o seu sino ficava do lado de fora. A mais alegre de todas as festas da Campanha era a festa dos negros, isto é, a de Nossa Senhora do Rosário e como vulgarmente se dizia a “subida do Rosário”. Essas festas, as congadas, com os seus vistosos “ternos” e animadas “embaixadas”, há anos passados, tivemos oportunidade de assistir e admirar. Houve tempo que, com o desaparecimento da antiga Matriz e achando-se a nova, atual Catedral em construção, a Igreja do Rosário foi a única e a mais importante da Campanha, sendo aí celebrados os ofícios religiosos. Assim foi por ocasião da morte de D. Maria I, a 20 de março de 1816, em que as suas exéquias solenes, com Missa e sermão, foram realizadas nesse templo. Essa igreja foi inexplicável e simplesmente demolida, edificando-se, muito mais tarde, outra, no fim da Chapada.

 

A igreja de Nossa Senhora das Dores é a terceira em antigüidade e foi concluída em 1799 pelo rico minerador, José de Jesus Teixeira. Felizmente aí está, na plenitude de sua beleza e de seu estilo colonial de linhas puras.

 

A segunda igreja demolida foi a de São Francisco, em meados do século passado. Foi construída em 1809, no quarteirão atual da rua Bárbara Eliodora.

 

A Igreja das Mercês, construída em 1815, situada na antiga Praça que levava o seu nome, pouco acima do atual Posto de Saúde, teve o mesmo fim.

 

A Igreja de São Sebastião, edificada em 1805, foi a última a ser demolida, dado o seu estado precário, mas foi substituída por outra mais bonita e mais ampla e com uma praça em frente.

 

A primitiva Capela Santa Cruz, construída por volta do ano de 1848, fora do perímetro urbano, na localidade denominada de Árvores Bonitas, foi consumida por um incêndio tido como criminoso. Substituiu-a a Segunda Capela, em 1895, em uma elevação no fim do Bairro das Almas e, mais tarde, por se achar em ruínas, foi demolida, até que, em seu lugar, foi edificada a terceira e atual Capela de Santa Cruz, em 1938, no mesmo belo e aprazível local.

 

A catedral de Santo Antônio – Sua pedra fundamental foi lançada no dia 21 de janeiro de 1787, em solenidade presidida pelo pároco local Pe. Bernardo da Silva Lobo, com assistência de grande número de fiéis e membros das irmandades. Foi construída pelos escravos e levou 35 anos para ser concluída. Foi feita em taipa, de terra da melhor qualidade, conduzida de grande distância, por toda gente sem distinção de sexo, idade, fortuna e posição social, sendo notável a solidez da obra, cuja espessura de 1,80m a todos causa admiração. Em 1925, foi modificada a sua fachada, descaracterizando-a completamente e dando assim novo aspecto à fachada e torres. Em 1937 e 38 D. Inocêncio Engelke, 2º bispo diocesano, às suas expensas, manda cercar a Catedral com uma grade de ferro. Várias reformas foram feitas ao decorrer dos anos. Em taipa, é o maior templo católico de Minas e um dos três maiores do Brasil.

 

Evolução Eclesiástica

 

Irmandades

A Irmandade de SS. Sacramento autorizada por D. Frei João da Cruz, Bispo do Rio de Janeiro, a 22.08.1742. O termo de abertura entretanto, é de 20.09.1745, quando assinaram os primeiros irmãos, tendo rendido a reunião, só naquele dia 777 oitavas de ouro.

A Irmandade das Almas segundo diversos registros de óbitos e a Confraria de Nossa Senhora do Terço.

Com o aparecimento da Irmandade de SS. Sacramento ambas se lhe agregaram e desapareceram oficialmente apenas figurando a do Santíssimo, com toda a vitalidade e esplendor.

 

 

Padroeiro

Santo Antônio de Lisboa (português)

Nasceu em 1195 e viveu até 1231. Naturalíssimo portanto a aposição de seu nome à povoação nascente e ao córrego que a rodeia e banha.

1º batizado foi em 1739 (não consta nos livros da paróquia, porque lhe faltam as primeiras páginas, consta entretanto, de um relatório, do Vigário, que se encontra na Cúria Diocesana.

O termo de abertura do 1º livro data de 1747. Nota-se ainda que o 1º Vigário se chamava Antônio (padre Antônio Mendes), anteriormente Vigário de Carrancas.

 

Origens

A Diocese da Campanha, foi criada pelo Decreto Pontifício Spirituali fidelium, do Papa São Pio X, a 8 de setembro de 1907. A execução desse Decreto foi confiada à Nunciatura, sendo então nomeado Administrador da novel Diocese D. João Batista Corrêa Nery, Bispo de Pouso Alegre.

 

No ano de 1889, o Internúncio apostólico D. Francisco Spoverini, então em uso de águas medicinais em Lambari, visita Campanha. Sua estadia nesta cidade foi causa de ser levantada a idéia da criação de um Bispado Sul-Mineiro. Mas, veio a separação da Igreja do Estado e impediu a concretização das aspirações populares. No ano de 1891, novamente Bernardo Saturnino da Veiga, proprietário do Jornal O Monitor Sul-Mineiro, expede circular aos Padres do Sul de Minas e lhes lembra a inadiável necessidade de se pedir a criação de um Bispado com sede em Campanha, o que iria premiar toda região sulina. Na oportuna circular aparece um decidido apoio unânime e contribuições espontâneas para a criação de nova Diocese. As subscricões que se fizeram para tanto chegaram a atingir 9:000$000, quantia avultada para a época. De novo se interpôs outro contratempo.

 

No ano de 1897, agita-se com mais veemência a alcandorada idéia, agora bipartida, porquanto duas cidades ambicionavam o título: Campanha e Pouso Alegre. O movimento campanhense foi liderado pelo Vigário Cônego José Teófilo Moinhos de Vilhena (era o dia 17 de abril) e o de Pouso Alegre pelo nortista Padre José Paulino de Andrade. Houve representações de ambas as cidades ao Internúncio e ao Bispo de São Paulo, D. Joaquim Arcoverde. Os pouso-alegrenses foram mais felizes: tiveram, também, o apoio de Silviano Brandão, mais tarde vice-presidente da República.

 

E foi criada a Diocese de Pouso Alegre pelo Decreto Regio Iatissime Potens, a 4 de agosto de 1900, porém com a possibilidade de ser desmembrada, quando necessário. Para dirigi-la foi transferido do Estado do Espírito Santo, D. João Batista Corrêa Nery. Uma de suas preocupações foi escolher um bom vigário geral, para o desempenho de uma tarefa de tanta responsabilidade. E a escolha recaiu na pessoa do Padre João de Almeida Ferrão, nomeado para tanto a 28 de outubro de 1901.

 

Foi a primeira vitória campanhense, porquanto não se opôs o prelado pouso-alegrense ao movimento de outra Diocese sulina. Pelo contrário, deu inteira permissão a seu primeiro Vigário Geral e o deixou agir com segurança e tato, nessa melindrosa questão.

 

No ano de 1903, uma representação composta dos campanhenses Dr. Américo Lobo (Ministro do Supremo Tribunal Federal), Dr. Olímpio Valadão (Deputado à Assembléia Geral). Agora recomendada por D. Joaquim Arcoverde, então transferido de São Paulo para o Rio de Janeiro, segue para a autoridade eclesiástica constituída. Nesse mesmo ano, querendo inteirar-se de toda situação, o Sr. Núncio Apostólico D. Júlio Tonti visita Campanha. Era o dia 22 de abril. A população o recebeu festivamente, quando foram ouvidos inúmeros discursos e aplausos e todos se mostravam esperançosos. Naquele dia estiveram em Campanha 40 sacerdotes com representações de 102 paróquias sul-mineiras. Nessa oportunidade, todos pediram ao representante do Santo Padre a transferência do Bispado para Campanha. Melhor seria – analisamos hoje – que fosse solicitada a criação de uma Nova Diocese. Mas, houve promessas, houve esperanças.

 

No ano seguinte, 1904, a Comissão recorre ao eminente Joaquim Nabuco, Diplomata brasileiro, então em Roma. E Sua Excia. responde, no dia 09 de junho, que iria interceder perante o Dr. Breno Chaves, ministro junto ao Vaticano, para alcançar o que todos almejavam. Dele chegam os augúrios, expressos com muita confiança: “muito desejarei ver a Campanha reviver, tão admirável é a sua oposição”.

 

Incansáveis se mostram Monsenhor João de Almeida Ferrão, Padres José Maria Natuzzi e Miguel Martins e os Srs. Deputados Joaquim Leonel de Resende e Gabriel Valladão. Continuam as “demarches” nos anos seguintes, agora com mais expectativa, de vez que estava já constituído o Patrimônio e escolhida a casa que iria servir de Palácio Diocesano. Enfim, foi criado o Bispado da Campanha.

 

Bispos Diocesanos

 D. João Batista Corrêa Nery – 1908 a 1909.

1º - D. João de Almeida Ferrão - 1909 a 1935.

2º - D. Fr. Inocêncio Engelke, O. F. M., já em atividade na Campanha como coadjutor de D. Ferrão, de 1924 a 1935 -  foi bispo de 1935 a 1960.

3º - D. Othon Mota – 1960 a 1985.

4º - D. Tarcísio Ariovaldo Amaral CSSR. – 1984 a 1991.

5º - D. Aloísio Roque Oppermann SCJ – Desde dezembro de 1991 a 1998

6º - D. Diamantino Prata Carvalho – Desde  maio 1998 a ...

 

 

Evolução Econômica

 

A economia da Campanha é bem diversificada embora a agropecuária ainda tenha um peso maior no bolo produtivo - café, milho, feijão, batata, leite e laranja são produtos que se destacam. Hoje o município abriga 15 plantações de grande porte de laranja e mexerica-pocã. A apicultura também se destaca no município. A pecuária é voltada para a produção de leite comercializado na região e gado de corte. A avicultura é considerada uma das  maiores em produtividade de toda a região, seguindo-se a bovinucultura com aproximadamente 18.000 cabeças. O município conta com 97 indústrias nos ramos: metalúrgico, artesanal, laticínio, de couro, artefatos de madeira. São itens produzidos pelas indústrias locais:

-          Artefatos de ferro e aço (canivetes, facas e chaves de fenda);

-          Madeira (gaiolas, estatuetas, artesanato de utensílios domésticos);

-          Cimento (postes, galpões e mourões);

-          Laticínios;

-          Confecções;

-          Tapeçarias (Kilim e Arraiolo);

-          Fábricas de Bilhar, Vassouras, Sapatilhas, Acessórios de carro e tecnologia avançada.

A média mensal de arrecadação de ICMS repassada ao município da Campanha é em torno de R$86.000,00.

 

 

Evolução Urbana e de Serviços

 

-Urbanismo

 

Ruas

Seguem o urbanismo medieval português e mourisco, isto é, o curso das ruas explora o relevo, sendo irregulares de largura variável, com cordoamento não planejado, sobem ladeiras íngremes. As ruas ligavam pontos de interesse: largos, igrejas e comércio.

 

Em fins do século XVIII novos planejamentos surgem, inclusive do plano em xadrez que às vezes deixa ruas impraticáveis tal a inclinação. Era importante não ter verde para contrastar com o rural. Eram de terra batida, pedra e hoje paralelepípedo. No século XIX, dá-se início à arborização dos espaços públicos e afastamentos das casas dos limites dos lotes ganhando jardins frontais. No século XX a tendência é um planejamento de uma estrutura com jardins.

 

Em Campanha aparecem as ruas com nomes característicos dos séculos passados, como:

 

-          Rua Direita: Chamava-se Rua Direita por levar direto de um lugar a outro. Teve o nome de Saldanha Marinho e hoje Rua Saturnino de Oliveira.

 

-          Rua do Fogo: Chamava-se assim por ser o lugar onde os escravos buscavam os braseiros para acender os seus fogões a lenha. No final da rua existia uma grande fogueira e todos que por ela passavam eram obrigados a atirar lenha para alimentar a fogueira e mantê-la sempre acesa. Recebeu depois o nome de Rua Princesa Izabel e atualmente Rua Dr. Brandão.

 

-          Rua do Comércio: Destinada ao comércio, pois ali existia um antigo mercado da cidade. Passou a chamar Rua Conde D’Eu, mais tarde Rua Tiradentes, Rua Cândido Ferreira, atualmente Rua Vital Brazil.

 

-          Rua das Almas: Atual Rua Santa Cruz. Inicia-se após a ponte de pedras chamada “Ponte das Almas”, com arco romano sobre o Rio Santo Antônio no Largo da Estação. A rua levava direto à capela que se encontrava no local chamado Árvores Bonitas. Costumava-se sempre lá celebrar missas dedicadas às almas do purgatório.

 

-          Rua da Prata: Totalmente em pedra bruta escolhida. O centro era mais baixo que as laterais, o que facilitava o escoamento das águas pluviais. Atualmente Rua Perdigão Malheiro, jurista campanhense.

 

-          Rua do Hospício: Atual Rua Bernardo da Veiga. Era a rua das rancharias e hospedarias, hospitais, hospícios. Do latim, hospitium, significa hospitaleiro. São na realidade modificações dos antigos mosteiros medievais. Foram sempre as irmandades e ordens terceiras que cumpriram o papel  de velar pela saúde pública. Eram casas religiosas que recebiam peregrinos em viagem, sem retribuição. Hoje corresponderiam aos hospitais e albergues. Recolhiam órfãos, velhos, loucos, doentes. Quase todos os seus prédios datavam da 2a metade do século XVIII.

 

-          Rua da Forca: Assim chamada pois no final da rua existia uma forca. Nela foram feitos enforcamentos sendo o último narrado em livro de Francisco Paula Ferreira de Rezende “Minhas Recordações”. O réu só conseguiu ser enforcado na terceira tentativa, pois a corda sempre arrebentava. Por fim, o carrasco subiu em seu ombro conseguindo, assim, o seu estrangulamento. Era feito um grande cortejo que passava por todas as ruas da cidade, indo à frente o réu, o padre, o carrasco e um surdo que batia chamando a atenção dos moradores. Atrás acompanhavam todos os moradores adultos. As mulheres não tinham participação nessa cerimônia. Hoje a Rua tem o nome de Alexandre Stockler.

 

-          Rua do Bonde: Sua origem era a linha do bondinho que vinha de São Gonçalo do Sapucaí até o Largo da Estação. Hoje o seu nome é Rua Evaristo da Veiga.

 

-          Rua do Chafariz: Chamava-se assim por causa do Chafariz construído em 1853, que tinha a finalidade de abastecer a população local e principalmente os tropeiros que comercializavam em troca de ouro. Teve várias denominações: Rua da Máquina de Algodão, Beco do Chafariz e hoje Rua Dr. Cesarino.

 

-          Travessa da Aurora com Ladeira da Fonte: Lugar onde a população buscava água para suas casas. Hoje a rua está fechada até a fonte do Mathias, pedaço compreendido entre a Rua do Xororó e a Fonte que ganhou o nome atual de Álvaro Horta com João Batista de Melo.

 

-          Rua da Misericórdia: Assim chamada pois no final dela se encontrava a Santa Casa de Misericórdia, uma das primeiras Santas Casas de Minas Gerais e a primeira do Sul de Minas. Passou depois a chamar Rua Marechal Deodoro, Marechal Hermes, Benedito Valladares e hoje Av. Ministro Alfredo Valladão e Des. João Braúlio Moinhos de Vilhena.

 

Largos

Eram alargamentos de ruas para realçar os edifícios e desafogar a estrutura urbana. Só existia verde nos fundos de quintais das residências e nos largos para fins utilitários, plantio de ervas, plantas medicinais, floreiras. No século XIX aparecem como praças que valorizam outros elementos como teatro, escolas, os poderes executivo e judiciário. No século XX as praças passam a aglutinar feiras, mercados e atividades de lazer. Campanha contava com dez largos:

 

-          Largo da Matriz: É o maior espaço da cidade. Aparece em frente à Matriz de Santo Antônio. No Largo da Matriz existia o Pelourinho. Ele ficava em frente a Casa da Intendência. Mais tarde, na passagem dos padres missionários, foi desmanchado e ergueu-se um cruzeiro. Existia ali também um chafariz que abastecia a população. Foi chamado depois de Praça da Igreja, Praça Floriano Peixoto e atualmente Praça D. Ferrão.

 

 

-          Largo das Dores: Aparece em frente à Capela Nossa Senhora das Dores, construída no século XVIII pelo português José de Jesus Teixeira, que pagava seus escravos em ouro em pó. Ajardinado no século XX, recebeu o nome de Praça Dr. Jefferson.

 

-          Largo da Cadeia: Aparece em frente à cadeia e Casa de Câmara. Ocupava lugar de honra na cidade. Foi sede da administração e justiça. Satisfazia às necessidades de serviços administrativos e judiciais, penitenciários e religiosos. A cadeia era o esteio do regime, aplicava penas pecuniárias e corporais. O seu sistema de composição era: Cadeia-Térreo e Câmara – 2o pavimento. Como servia também de manicômio tinha celas para loucos. Existia nela um sino do povo: ao tocá-lo o povo deveria correr para a Assembléia e decidir o que seria melhor para todos. Mais tarde passou a chamar Praça da Cadeia e Senador Valladão. Hoje loteado, deu lugar a várias residências e pontos comerciais e originou as ruas Getúlio Vargas com Senador Valladão.

 

-          Largo São Sebastião: Antes chamado Beco São Sebastião, fica na frente da Capela de São Sebastião, construída em 1805. Atrás da Capela havia um enorme rego de enxurrada que vinha das ruas de cima. Colocava-se tábuas fazendo pinguelas dada a largura do rego. A primeira Capela edificada em 1805 foi demolida e construída outra no lugar em 1945. Mais tarde passou a chamar Senador José Bento e atualmente Praça São Sebastião.

 

-          Largo da Estação: Localizava-se em frente à Estação de Trem. Estendia-se até a ponte das almas. Existia lá um grande campo de futebol fechado com bambus, com arquibancadas de tábuas. Com o desaparecimento do campo o Largo da Estação transformou-se em um jardim com um lago e sua pequena ilha. No fundo, um bosque de bambu açu, muito bem tratado, com bancos e iluminação. Havia na ponta do bosque de eucalipto um prédio de escola, mandado fazer pela prefeitura. Atualmente o local denomina-se Praça Zoroastro de Oliveira e em seu lugar existe a sede do Campanha Esporte Clube.

 

-          Largo da Misericórdia: Aparece em frente à Santa Casa de Misericórdia, após a segunda metade do século XX. Mais tarde foi chamado de Praça da Santa Casa, Praça Monsenhor Paulo Moinhos de Vilhena. Hoje loteado tornou-se avenida Benedito Valadares e Avenida Ministro Alfredo Valladão.

 

-          Largo das Mercês: Ficava em frente à Capela das Mercês. Terreno íngreme, a capelinha sobressaía acompanhada de um grande número de árvores. Passou mais tarde a se chamar Largo Major Mathias Vilhena. Hoje o largo está loteado. No local existe o Posto de Saúde, Garagem da Prefeitura, Posto Policial e casas residenciais. As ruas que acompanham chamam-se Rua Dr. Cesarino, esquina com Cônego Antônio Felipe.

 

-          Largo do Rosário: Chamado também Alto do Rosário. Era famoso por suas festas de congo. Cheio de ladeiras íngremes, tinha um cruzeiro de madeira em frente à Capela. Compreendia toda extensão da atual Praça da Bíblia e redondezas. Foi também chamado de Praça Júlio Bueno.

 

-          Largo do Cruzeiro: Sem nenhum ajardinamento ficava em frente ao cemitério local. Seu grande cruzeiro encontra-se hoje dentro da Vila Vicentina. Na esquina havia o começo de uma rancharia. Hoje, todo loteado, faz esquina com Rua São Vicente, Rua da Forca e Rua Martins de Andrade.

 

-          Largo Maestro Pompeu: Fronteiro ao Colégio Nossa Senhora do Sion, apareceu no século XX, quando as irmãs do Sion reformaram todo o prédio do colégio. Passou a chamar Praça Maestro Pompeu, grande músico campanhense e hoje denomina-se Praça Margarida Marques de Carvalho.

 

Bens Móveis e Integrados:

 

-          Obelisco – Marca do Bicentenário: É um obelisco de pedra, erigido em 02 de outubro de 1937 para comemorar o transcurso do bicentenário da fundação do arraial de São Cipriano, que deu origem à cidade da Campanha. Como síntese do passado glorioso existe em uma das suas faces da base a inscrição do Ministro Alfredo Vilhena Valladão: “Auro soli, fide, cultu, civilibusque filiorum virtutibus effulsit” (refulgiu pelo ouro da terra, e pela fé, pela cultura e pelo civismo de seus filhos).

 

-          Monumento Comemorativo do Centenário do Cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha: Estátua em bronze com pedestal de granito, esculpido por Amleto Benoni, de Ribeirão Preto/SP. Essa homenagem ao cientista Vital Brazil foi iniciativa do Dr. Antônio Casadei, Presidente da comissão encarregada de angariar recursos junto ao Governo do Estado do Rio de Janeiro, Marechal Paulo Torres, que sancionou projeto do Legislativo concedendo Cr$1.500.000,00,sendo o restante, ou seja, Cr$ 1.000.000,00, doado pelo Governo do Estado de Minas Gerais, José de Magalhães Pinto. Vital Brazil foi o descobridor do soro antiofídico, o fundador do Instituto Butantã e de outro estabelecimento com o mesmo nome do cientista. Comemorando o centenário do seu nascimento, erigiram os seus conterrâneos e os fluminenses, a 28 de abril de 1965, o monumento junto com a legenda, sintetizando a sua vida e a sua obra.  Encontra-se à Praça D. Ferrão, na sua cidade natal.

 

-          Monumento em Homenagem ao Jurísta Ministro Alfredo Valladão: Escultura em bronze, realizada por H. Leão Veloso, do Rio de Janeiro. Oriundo de tradicionais e ilustres famílias campanhenses, o Dr. Alfredo de Vilhena Valladão, doutorou-se na Universidade de São Paulo em Ciências Jurídicas e Sociais. Revelou-se emérito professor na Faculdade de Minas Gerais e na Faculdade do Rio de Janeiro. Foi representante do Ministério Público e depois, Ministro do Tribunal de Contas da União. Pertenceu ao Instituto dos Advogados Brasileiros e também ao Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Teve o seu nome inscrito no Livro do Mérito Nacional, sendo distinguido ainda com o grau de Grande Oficial do Mérito do Chile. Dr. Alfredo Valladão deixou inúmeros trabalhos jurídicos e históricos de valor, avultando entre estes a obra monumental intitulada “Campanha da Princesa”, em quatro volumes, nos quais historiou a sua cidade natal. Em memória de sua personalidade, seus conterrâneos erigiram-lhe a estátua que se encontra na Praça D. Ferrão, na cidade da Campanha. Na base desse monumento, inaugurado em 25 de junho de 1961, lê-se a seguinte frase, que pronunciou quando do seu ingresso no Instituto Histórico Brasileiro: “E’ que nos horizontes de minha terra natal, eu diviso muitos dos grandes problemas da História Brasileira”.

 

-          Monumento em Homenagem ao Coronel Zoroastro de Oliveira: Medalhão de pedra e bronze esculpido por Honório Peçanha, do Rio de Janeiro. Os recursos foram obtidos através de subscrição popular, de admiradores do grande homem público. Farmacêutico, humanitário e consciencioso, foi, ao mesmo tempo, acatado e esclarecido chefe político local, cujo prestígio datava dos primeiros dias do regime republicano. Durante cerca de vinte anos, exerceu o cargo de Presidente da Câmara e Agente Executivo Municipal de sua cidade natal. Testemunhando-lhe imperecível gratidão, os campanhenses erigiram em sua memória, a 10 de fevereiro de 1965, para comemorar o centenário do seu nascimento, o  monumento existente na praça que tem o seu nome, na cidade da Campanha, e em cuja base se vê a inscrição que resume a existência do benemérito cidadão, assim concebida: “Uma vida dedicada à Campanha”.

 

-          Monumento em Homenagem ao Primeiro Bispo da Campanha: Estátua de Bronze erguida em frente à Catedral de Santo Antônio pelo povo da cidade ao seu Primeiro Bispo D. João de Almeida Ferrão, pelos notáveis e vitoriosos serviços prestados à Paroquia e Diocese. Chamado de Profeta, D. Ferrão insigne professor de altos estudos, orador, trabalhou para os mais humildes e para o engrandecimento da sua terra natal.

 

-          Monumento em Homenagem ao Segundo Bispo da Campanha: Estátua de Bronze erguida em frente à Catedral de Santo Antônio pelo povo da cidade ao seu segundo Bispo D. Frei Inocêncio Engelke. Sem ser campanhense, o segundo Bispo da Diocese da Campanha – Dom Inocêncio, era natural de Joinville Santa Catarina. Ficou intimamente ligado à vida e história da Campanha, pela constante atuação que sempre manteve no meio social e no desempenho do seu alto ministério. Estudioso fundou um Museu, o Seminário Menor Nossa Senhora das Dores e a Chácara do Bispo onde eram cultivados cereais e criados animais para  a manutenção do Seminário. Seus esforços para preservar a história da região estão registrados atualmente no Museu Regional. Por tudo que realizou em prol da comunidade ergueu-se um monumento em sua homenagem.

 

-  Monumento em Homenagem ao Político Dr. Jefferson de Oliveira: Herma de Bronze esculpida por L.  Galante, de São Paulo - SP. Uma das personalidades mais ilustres da Campanha,  onde nasceu, médico altruísta e de invulgar capacidade profissional, tendo conquistado justa fama no campo da cirurgia. Jornalista, político e parlamentar, exerceu essas atividades com raro brilho e grande entusiasmo, nunca olvidando o nome, o progresso e o bem estar da sua terra. Erigindo, na praça que tem o seu nome, pouco tempo após seu falecimento, a sua Herma, demostraram os campanhenses o seu reconhecimento ao ilustre conterrâneo.

 

Acervo Arquitetônico e Urbanístico:

 

- Arquitetura

 

-          Catedral de Santo Antônio: Em 1785 surgiu a idéia de se construir a igreja. Em- 1787 inicia-se a construção, com a benção da pedra fundamental. Um número grande de fiéis e membros das irmandades conduziram de considerada distância terra de melhor qualidade transportada em suas cabeças sem distinção de sexo, idade, fortuna e posição social. É o terceiro maior templo do país, de taipa e pedra, e o primeiro em Minas Gerais. Até 1974 a Catedral passou por diversas reformas. O seu interior mantém as características do Barroco Tardio ou início do Rococó e sua faixada possui aspectos neogóticos. A igreja contém obras atribuídas ao Aleijadinho ou a sua escola.

 

-          Igreja Nossa Senhora das Dores: Igreja finalizada em 1799. É o templo mais antigo da cidade, construído com taipa e pedra. No seu interior prevalecem características do Barroco Tardio ou início do Rococó.

 

-          Fórum Ministro Alfredo Valladão: Inaugurado em 1933, pelo então Secretário do Interior e Justiça do Estado de Minas Gerais, Deputado Carlos Luz. O prédio inicialmente possuía características do período colonial. Na década de 60 foi reformado e recebeu o nome de Alfredo Valladão, jurista e principal historiador da cidade. A arquitetura passou a ser eclética com predominância do academicismo neoclássico principalmente na faixada.

 

-          Casa em que residiu Bárbara Eliodora: Construído em 1770, o prédio esteve presente a fatos históricos do Brasil e Minas Gerais dentre eles o da Inconfidência Mineira. A arquitetura é do período colonial. Foi residência do Inconfidente  Inácio de Alvarenga Peixoto.

 

-          Prédio do Museu Regional: Prédio Eclético, com predominância Neoclássica, construído em 1800 pelo Cônego Antônio Felipe Lopes de Araújo, de antiga família local e um dos primeiros Vigários da Vila da Campanha. O prédio foi residência de famílias tradicionais da época. Depois pertenceu ao Monsenhor João de Almeida Ferrão (primeiro bispo da Diocese). Em 1868, quando visitavam a cidade, nele se hospedaram a princesa Isabel e seu esposo Gastão de Orleans (Cônde D’Eu). Em 1884, o prédio é ocupado pelo noviciado de padres da Companhia de Jesus, que em 1908 transferiu-se para São Paulo. Com a saída dos Jesuítas, o prédio foi acrescido de mais um andar e ocupado pela Congregação das Carmelitas, mais tarde transferida para Petrópolis. Em 1911 instalou-se no prédio o Ginásio São João, tradicional educandário da cidade, que sucedeu aos antigos ginásios: Santo Antônio e Municipal da Campanha, sob a direção da Diocese, por ordem do Bispo Dom João de Almeida Ferrão. Novas obras foram realizadas, como a adição de uma Capela. O término da construção se deu em 1925. A direção do Ginásio ficou com a Diocese até 1945. Após esta data, ficou sob administração da Congregação dos Irmãos do Sagrado Coração, vindos de Quebec, no Canadá. Os irmãos dirigiram o estabelecimento até 1965, quando foi fechado. Em 1985, o prédio foi destinado para sede do Museu Regional, graças à sensibilidade de Dom Tarcísio Ariovaldo do Amaral, Bispo Diocesano, e passou a abrigar importante e precioso acervo histórico.  Em 1986 deu-se início à restauração do prédio: telhado e parte interna da capela. A obra foi realizada pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico. Paralisada em 1987 e recomeçada pela prefeitura em 1989, só foi inaugurado em 29 de abril de 1992, com a instalação definitiva do Museu Regional do Sul de Minas, Biblioteca Municipal Cônego Victor e Centro de estudos Campanhense “Monsenhor Lefort”.

 

-          Santa Casa de Misericórdia: Trata-se de um casarão colonial do século XIX, com inúmeras janelas, construído em dois pavimentos e possui em seu andar superior uma Capela dedicada a Nossa Senhora das Graças. As primeiras providências para a construção da Santa Casa foram tomadas em 13 de janeiro de 1831 por uma comissão presidida pelo Comendador Francisco de Paula Ferreira Lopes e contou com uma vultuosa quantia oferecida pelo estadista e senador do Império, José Bento Leite Ferreira de Mello. Em 1934, uma comissão presidida pelo Com. Inácio Gomes Midões deu início às obras através da aquisição das casas do Dr. Francisco de Paula Ferreira da Costa e terrenos adjacentes. No ano seguinte, estavam já prontas as bases do edifício. Só em 22 de fevereiro de 1836, a Lei Provincial nº 30 legitimou a criação da Santa Casa na Campanha. Àquela época apenas se contam, além dela, as Santas Casas de Ouro Preto, Mariana, São João Del Rei, Sabará e Diamantina.

 

-          Antigo Colégio Nossa Senhora do Sion: Campanha era uma das vilas privilegiadas e a única no Sul de Minas para onde afluíram estudantes de diversas regiões. No Império, Campanha já solicitava à Assembléia Constituinte a urgente criação de uma universidade, a fim de poderem os brasileiros estudarem convenientemente em sua terra e sob a direção de seus mestres. No fim do século passado o  carioca Luiz Duarte Pereira fundou um Sanatório em Campanha para o tratamento de moléstias pulmonares. Adquiriu uma casa arruinada, transformando-a num palacete com os aperfeiçoamentos mais modernos para a época; mais tarde, transformou o sanatório num hotel. Pouco depois, após seu falecimento, foi substituído no negócio pela viúva Leonor Duarte. Em 1904, o prédio de arquitetura Neoclássica foi adquirido pela irmandade Nossa Senhora do Sion, que adaptou-o para colégio. No dia 05 de outubro do mesmo ano, chegaram as primeiras freiras, todas francesas, e o colégio iniciou suas atividades no dia 15 do mesmo mês, sob a direção da superiora Mère Dieudonné. O Colégio encerrou suas atividades em 1965 e hoje, além do convento, é ocupado pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa Senhora do Sion, e também pela AMAE - Associação Mineira de Assistência aos Excepcionais.

 

-          Casa de Vital Brazil: Casa construída em 1830, com arquitetura do período colonial. Foi onde nasceu o cientista Vital Brazil Mineiro da Campanha, criador do Instituto Butantã e descobridor do soro antiofídico. A casa possui telhas feitas à mão por escravos e paredes de pau-a-pique. Na segunda metade do século, foi também residência do Coronel Francisco Álvaro de Morais Navarro, advogado autodidata, que se tornou conhecido em todo o Sul de Minas. Nesta casa também residiu o filho do casal, Nicolau Tolentino de Morais Navarro, advogado, professor, político, jornalista e magistrado. Na década de 30 funcionou a Policlínica Vital Brazil,  associação civil sem fins lucrativos, com clínica médico-cirúrgica, lactário, fisioterapia, serviços de urgência, anti-venéreo e assistência dentária. Em 1985 foi adquirido pela sociedade Casa de Vital Brazil que junto com a comunidade, restauraram e instalaram  o Museu de Vital Brazil. Inaugurado em 1988, funciona hoje como centro divulgador dos trabalhos e da vida deste cientista.

 

-          Palácio Episcopal São José Cruzeiro: Foi nomeado bispo D. João de Almeida Ferrão. O Papa Pio X criou a Diocese da Campanha a 08 de setembro de 1907. O projeto do prédio foi de Lázaro Ribeiro, arquiteto de Itanhandu. Sua pedra fundamental foi assentada em janeiro de 1942 e inaugurado em 10 de outubro de 1943. Foi idealizado e construído por D. Inocêncio, seu primeiro morador.

 

-          Capela São Miguel - antiga capela do cemitério: Construída em 1780. Sua origem está ligada à existência de um cemitério paroquial, chamado pelo povo de Cemitério Velho. Instalado em 1875 e fechado em 1913, quando foi inaugurado o cemitério municipal. Em 1950, o terreno do cemitério foi loteado e vendido mas a capela lá permaneceu. No local foram sepultadas, há cerca de noventa anos, alguns cléricos, noviços da Companhia de Jesus.

 

-          Igreja São Sebastião: Foi construída em 1805. O templo era pequeno, sem grandes adornos, mas com as características da arquitetura colonial: quatro paredes e um telhado tipo cangalha. Em 1945, dado o seu estado precário, a igreja foi demolida e construída outra, mais atrás onde existia a antiga, alargando a praça.

 

 

-    Chafariz Municipal: Construído em 1853, na antiga parada dos tropeiros e boiadeiros (atual Rua Dr. Cesarino) que transitavam por esta região. Foi restaurado em 1984, passando a fazer parte do acervo histórico da Campanha. Possui água nova, trazida por cano, desde a mina existente na proximidade do Posto de Puericultura, a menos de 300m do local.

 

 

Serviços

(em ordem alfabética)

 

Bancos:

Banco do Brasil

Banco Real

Caixa Econômica Federal

Bancoob

 

Correios:

Agência de Correios

 

Cultura:

Arquivo da Cúria Diocesana

Biblioteca Municipal

Centro de Estudos Campanhense

Centro de Memória Cultural do Sul de Minas

SERPHAM – Serviço de Patrimônio Histórico e Artístico Municipal

 

Educação:

CEDEC – Centro de desenvolvimento da Criança

Cooperativa de Ensino da Campanha

Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, Nossa Senhora de Sion

Speak & Habla

Kumon Campanha

Fundação Educacional Feliz Idade

20 escolas Estaduais e Municipais

Associação Mineira de Assistência aos Excepcionais – AMAE

5 creches Municipais

Conselho Municipal do Bem Estar do Menor – CONBEM

Projeto Novo Amanhã – PRONOAMA

 

Farmácias:

Drogaria Vital Brazil

Farmácia Lomonte

Farmácia Maurício

Farmácia Reis

 

 

Hotéis:

Hotel Cidade

Hotel Pousada da Princesa

Hotel Pousada do Sossego

Hotel Pousada dos Sonhos (Fazenda)

 

Restaurantes:

Bar e Restaurante Liceana

Bar e Restaurante do Tatu

Cantina do Hélio

Churrascaria Celsu´s

Restaurante, Churrascaria e Pizzaria Xororó

Restaurante Fundo de Quintal

Restaurante, Lanchonete e Pizzaria do Coquinho Ltda.

Restaurante Nostra Massa

Restaurante Recanto Mineiro

Restaurante Vital Brazil

 

Saúde:

Biocenter - Centro Médico

Clínica Médica Campanhense

Posto de Saúde e Pronto Socorro Municipal

Santa Casa de Misericórdia

 

Segurança:

Delegacia de Polícia

Polícia Militar

 

Evolução Política

 

Comarca

A designação de Comarca do Rio das Mortes foi o que estabeleceu a Lei Mineira nº 134, § 2 – do Art. 5 de 16 março de 1839.

Para castigo, foi depois suprimida (ano 1865) depois restaurada (ano 1870), enfim reorganizada em 1876.

 

Governos da Campanha

Agentes Executivos

Pela introdução, vê-se porque – até 1930 – a Chefia do Executivo Municipal, em Campanha, ficava entregue ao Presidente da Câmara Municipal, então denominado “Agente Executivo Municipal”.

·         Manoel Luiz de Souza – 1884 a 30/03/1884

·         Manoel Inácio Gomes Valladão – 31/03/1884 a 09/08/1892

·         Bernardo Saturnino da Veiga – 10/06/1892 a 30/03/1894

·         Ten. Cel. Manoel de Oliveira Andrade – 31/03/1984 a 08/04/1985

·         Tem. Cel. Ernesto Carneiro de Santiago – 09/04/1895 a 31/05/1897

·         José Braz Cesarino – 01/06/1897 a 07/01/1898

·         João Luiz Alves – 08/01/1898 a 01/11/1900

·         Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena – 02/11/1900 a 11/01/1901

·         João Inácio da Silva Araújo 12/01/1901 a 01/02/1901

·         João de Almeida Lisboa Jr. – 01/02/1901 a 27/04/1901

·         Francisco de Paula Araújo Lobato – 28/04/1901 a 01/06/1902

·         Dr. Francisco Honório Ferreira Brandão Filho – 02/06/1902 a 03/04/1905

·         Tem. Cel. Jerônimo G. Alvarenga Leite – 04/04/1905 a 15/10/1905

·         Manoel Eustáquio Martins de Andrade – 16/10/1905 a 31/12/1907

·         Cel. Zoroastro de Oliveira – 01/01/1908 a 07/10/1927

·         Dr. Jefferson de Oliveira – 08/10/1927 a 07/12/1930

 

 

Os prefeitos do município da Campanha

 

Governo Ditatorial

Em dezembro de 1930, com fundamento no citado Decreto 10.398, o Interventor de Minas Gerais – Olegário Maciel – que teimava em não aceitar essa denominação, mas sim de Presidente, vista sua anterior eleição pelo povo, e ainda ter sido ele um dos baluartes da Revolução, garantindo a entrega do Governo Central a Getúlio Vargas, assinou a nomeação do primeiro prefeito da Campanha:

·         José Messias Dias - 7/12/1930 a 16/06/1932

·         Eng. Antônio Manoel de Oliveira Lisboa – 16/06/1932 a 11/01/1936

·         Dr. José Borges Netto – 12/01/1936 a 15/07/1936

·         Dr. Manoel Alves Valladão – 16/07/1936 a 14/01/1947

·         Governo de Transição – 1945 a 1947, ante essa transição, passam pela Prefeitura de Campanha, nomeados, três prefeitos: Amador Bueno Horta, José Augusto Lemes – 14/04/1947 a 25/04/1947, Dr. Serafim Maria Paiva de Vilhena – 26/04/1947 a 16/12/1947.

 

Governo Democrático

·         Dr. Zoroastro de Oliveira Filho – 17/12/1947 a 31/01/1951

·         Dr. Manoel Alves Valladão – 01/02/1951 a 31/01/1955

·         Dr. Zoroastro de Oliveira Filho – 01/02/1955 a 31/01/1959

·         Francisco Fonseca Filho – 01/02/1959 a 31/01/1963

 

Governo da Revolução de 31 de março de 1964

·         Dr. Zoroastro de Oliveira Filho – 01/02/1963 a 31/01/1967

 

Governo Democrático

·         Dr. Manoel Alves Valladão – 01/02/967 a 31/01/1971

·         Com. Milton Xavier de Carvalho – 01/02/1971 a 31/01/1973

·         Dr. Manoel Alves Valladão – 01/02/1973 a 31/01/1977

·         Andrielle Andriatta – 01/02/1977 a 31/01/1983

·         Ronald Ferreira – 01/02/1983 a 31/12/1988

·         Artur Severiano Rezende – 01/01/1989 a 31/12/1992

·         José Arnaldo Villamarim – 01/01/1993 a 31/12/1996

·         Artur Severiano Rezende – 01/01/1997 a 17/07/1997

·         José Maria Prock – 17/07/1997 a 31/12/2000

·         José Arnaldo Villamarim – 01/01/2001 a

 

Outras informações

 

Características do município

Fundação: 02/10/1737

Área: 337 km2

População: 14.984 habitantes

Localização: Sul de Minas. Às margens da Rodovia Fernão Dias e Rodovia Vital Brazil

Altitude: Máxima 1.458m e mínima 840m

Temperaturas: Média anual 20,80º C, média máxima anual 26,30º C, média mínima anual 14,60ºC

Home page: http://www.campanhamg.cjb.net e www.berin.com.br

Cep: 37.400-000

DDD: (35)

Principais rios: Rio Palmela, Rio São Bento

Como chegar: São Paulo – 295 km (via BR-381 – Saída 763 A)

Belo Horizonte – 316 km (via BR-381 – Saída 762 B)

Rio de Janeiro – 350 km (via Dutra até Engenheiro Passos, depois BR-267)

Brasília – 1.021 km

 

Distâncias aos municípios limítrofes e/ou centralizadores de serviços públicos:

Alfenas – 110 km

Cambuquira – 14 km

Caxambu – 62 km

Lambari – 36 km

Lavras – 102 km

Monsenhor Paulo – 17 km

Pouso Alegre – 90 km

São Gonçalo – 25 km

São Lourenço – 74 km

São Tomé das Letras – 68 km

Três Corações – 31 km

Varginha – 48 km

 

Manifestações Culturais:

 

A expressão cultural da cidade da Campanha abrange as festas religiosas, folclóricas, espaços culturais e manifestações de artistas e artesãos. Encontra-se na cidade:

 

-          Museu Regional do Sul de Minas com a Sala de Arte Sacra Dom Inocêncio: Em 1937 o Revmo. Bispo Dom Inocêncio Engelke reuniu um acervo de peças sacras, bélicas, botânica, minerais, fauna, pintura, livros, antropologia. No dia 29 de abril de 1992 o Museu Dom Inocêncio passa a chamar-se Museu Regional do Sul de Minas, ampliando seu acervo recebendo história da região, dos correios e telégrafos, gráfica, sala de exposição de artesanato local, sala de ciência, reserva técnica, sala de objetos de ferro, numismática, história da Banda Marcial São João, história das Olimpíadas, entre outros.

 

-          Museu Casa de Vital Brazil: Residência onde nasceu o cientista Vital Brazil. Em seu acervo constam exposições com animais peçonhentos e móveis que pertenceram ao cientista. Há também exposto o histórico da vida e família do cientista. Encontram-se ainda pinturas, busto em bronze do cientista Vital Brazil e diversas revistas e livros raros sobre o assunto.

 

-          Serviço do Patrimônio Cultural Histórico e Artístico Municipal – SERPHAM: Realizou os primeiros tombamentos de bens culturais da cidade, como a Casa de Vital Brazil, Sobrado dos Ferreiras (antiga prefeitura) hoje em ruínas, o Chafariz Municipal, a Capela de São Miguel, Rua Direita e a Praça Dom Ferrão.

 

-          Sede da Academia Sul Mineira de Letras: Fundada em 20 de julho de 1939, em Cambuquira, por João Silva Filho e Jorge Beltrão, ambos já falecidos. Foi depois transferida para Campanha estando a Academia em atividades até os dias de hoje, sendo seu atual presidente o Advogado Laércio Nogueira.

 

-          Biblioteca Municipal Cônego Víctor: Possui cerca de 33 mil livros, mais as revistas,   jornais, documentos históricos e fotos antigas e atuais de diversos eventos.

 

-          Arquivo da Cúria Diocesana: Possui documentos referentes à Diocese da Campanha.

 

-          Bispado: Criado em 1907, formando 58 paróquias, seminários menor, maior, filosofia e teologia. O Bispado preserva o Arquivo da Cúria Diocesana, com acero de importantes e raros documentos relativos à História da Campanha e muitas das cidades vizinhas. Nele encontram-se certidões de óbitos, casamentos, livros das Confrarias e Irmandades e Atas das Primeiras Câmaras Municipais da região.

 

-          Centro de Estudos Campanhense Monsenhor Lefort: Possui documentos sobre a história da cidade e da região.

 

-          Centro de Memória Cultural do Sul de Minas: Organiza e arquiva acervos particulares, de entidades e instituições, objetivando tornar-se centro de pesquisas da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa Senhora do Sion – agregada a Universidade Estadual de Minas Gerais.

 

 

-          Instituto Histórico e Geográfico “Casa Alfredo Valladão”: Fundada pelo historiador e Desembargador Manoel Maria Paiva de Vilhena, em 22 de setembro de 1969. Por unanimidade, permaneceu como presidente do Instituto até o fim de sua vida. Realizam pesquisas históricas e geográficas da região e do país.

 

-          22a Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil: Mantém sede da OAB no Fórum Ministro Alfredo Valladão.

 

-          Fundação Cultural Campanha da Princesa mantenedora da Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa Senhora do Sion: Agregada à Universidade Estadual de Minas Gerais.

 

-          Escola de Música “Maestro Marcello Pompeu”: Inaugurada no dia 01 de maio de 1988, na administração de Ronald Ferreira em homenagem ao violinista e maestro de uma orquestra formada por elementos exclusivos de sua família.

 

-          Coral Campanhense: Registra-se mais de 40 anos de atividades ininterruptas. Já  apresentou-se em Belo Horizonte, Palácio das Artes, São Luis (MA), dentre outras. O coral já gravou um CD.

 

-          Coral Alelluia: Criado em 22 de Abril de 1994, realiza apresentações em encontros de corais, manifestações culturais e religiosas.

 

-          Coral São João: Fundado em Maio de 1998, pertence a Cooperativa de Ensino da Campanha. O coral visa, através da música, promover relações entre os alunos, pais, professores e amigos da escola. Realiza apresentações em encontros de corais, manifestações culturais e religiosas.

 

-          Corais CEDEC – Coral Canto da Alegria e Coral Tudo Azul: Formados em 1986, os corais passaram a fazer parte das atividades extra-curriculares da Escola, participações no concerto de Natal, encontro de corais, inauguração do prédio da Reitoria da Universidade Estadual de Minas Gerais, e outras festividades. Os corais já gravaram o seu primeiro CD.

 

-          Coral Alfa: Fundado em 1999. Pertence à Paróquia São Sebastião, faz apresentações nas missas e outras festividades religiosas.

 

-          Corporação Musical Dom Inocêncio: As bandas de música são tradicionais na cidade, sendo que uma das primeiras foi criada em 1899. A partir desta data surgiram várias bandas. Destaca-se a Banda Dom Inocêncio criada pelo Maestro Salles em 17 de dezembro de 1967, com apresentações até os dias de hoje.

 

-          Banda Marcial São João: Organizada pelo Irmão Paulo é composta exclusivamente por jovens. Por iniciativa do Comendador Milton Xavier de Carvalho, quando prefeito de nosso município, essa banda apresentou-se no Palácio do Planalto, em Brasília e ali executou vários números em homenagem ao presidente Costa e Silva. O jornal Estado de São Paulo registrou que o Presidente entusiasmou-se a tal ponto que chegou a ir ao encontro do grupo para cumprimentar os jovens músicos.

 

-          Banda Trombetas de Cristo: Fundada em abril de 1987, auxilia nos cultos da Igreja Assembléia de Deus e participa de encontros religiosos.

 

-          Banda Shock: Fundada em 1998, realiza bailes, shows em diversos locais públicos e particulares, também participa de festivais de bandas.

 

-          Conjunto de Seresta Amigos da Campanha: Fundado em 1980, composto por músicos amantes das serenatas, apresentam-se em locais públicos e no evento Café em Concerto realizado pela Secretaria da Cultura na praça central.

 

-          Banda Confete e Serpentina: Fundado em 1999, composto por alunos da Escola de Música Maestro Pompeu, caracteriza-se por possuir um repertório de marchinhas de carnaval , apresentam-se em locais públicos e clubes.

 

-          Musical Tempos Dourados: Iniciou suas atividades em 1984, possui o repertório das décadas de 50, 60 e da atualidade. Apresenta-se em bailes, festas de aniversário, shows e outros eventos.

 

-          Congresso Médico: Congresso que reúne médicos de todo o país. É realizado no mês de março  ou setembro a cada dois anos.

 

-          Encontro de Corais: Criado em 1991 pela Secretaria Municipal da Cultura, reúne os corais em destaque da região. Conta também com a participação do Skala Trio, que é formado por músicos da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas/SP.

 

-          Semana Santa: Solenidade que atrai diversos turistas. Terça e Sexta-feira Santa reúnem sobretudo o pessoal da zona rural, que vem para assistir na Terça-feira a procissão do encontro e na sexta-feira o descimento da Cruz. O Enterro do Senhor, também reúne centenas de fiéis. Todas as procissões percorrem os passos com quadros da via sacra, espalhados por diversos pontos da cidade. Na Igreja Catedral Santo Antônio são realizados cultos tradicionais como, Benção dos Santos Óleos, Cerimônia de Lava-Pés, Vigília do Santíssimo  e Narração da Condenação e Morte de Cristo. O ponto alto da Semana Santa é o Domingo de Páscoa, com procissão às 5 horas da manhã, seguida de missa. Todas as solenidades são acompanhadas pelo Coral Campanhense, que apresenta um repertório de músicas sacras e religiosas de compositores do século XVII e XVIII.

 

-          Convívio Cultural: Idealizado pelo Jornal do Mural e o Artista Plástico Ernesto Hatz, em 1999, reuniu trabalhos de artistas da Campanha e Cambuquira. O convívio objetiva a integração de várias expressões artísticas da região respeitando as diferenças, através de exposições de artes plásticas, arquitetura, fotografia, vídeo, literatura e música.

 

-          Festa do Rosário: Realizada no mês de outubro no bairro da Chapada, Av. Dois de Outubro. Festa religiosa e folclórica com apresentação de ternos de congo, barraquinhas de comestíveis e utensílios.

 

-          Festa São Sebastião: Surgiu em torno de 1910, em comemoração ao mártir. Realizada no mês de janeiro no bairro de mesmo nome. Possui barraquinhas típicas, conjuntos musicais e leilões.

 

-          Festa Santo Antônio: Festa em homenagem ao Padroeiro da Paróquia Santo Antônio. Realizada no mês de junho / julho na Praça Dom Ferrão, no centro da cidade. Possui  barraquinhas típicas, conjuntos musicais, leilões e apresentação de quadrilhas de festa junina.

 

-          Festas Juninas e Julinas: Festas realizadas nas escolas, bairros e clubes, com danças, comidas / bebidas típicas e música folclórica, nos meses de junho e julho. Em homenagem a São João, São Pedro e Santo Antônio.

 

-          Congadas: Surgiu nas décadas de 20 e 30 do século passado, pelos negros da cidade, com intenção de demonstrar sua manifestação cultural e religiosa.

 

-          Folia de Reis: Festa folclórica que percorre as ruas da cidade e a zona rural. Composta por sanfoneiros, violonistas, cavaquinho, bumbo, surdo, palhaços dançarinos e a bandeira, que visita as casas. Saem na noite de natal, visitando as localidades, sem dormir até o dia 6 de janeiro – festa dos Santos Reis, comemorando sua chegada com um farto jantar. Nas casas onde há presépios, os palhaços da folia não entravam mascarados mas somente ajoelhados.

 

-          Carnaval: Festa realizada em clubes, na rua e com escolas de samba. O carnaval de rua é organizado pela Secretaria Municipal de Cultura. Formam-se blocos, sendo o das Piranhas o mais tradicional. Sai na Sexta-feira à noite, Domingo e Terça-feira durante o dia. A Prefeitura também organiza uma escola de samba e o carnaval do povão, realizado na Praça Dom Ferrão, com música ao vivo no coreto. O carnaval de salão destaca-se no Campanha Esporte Clube, que já chegou a contrarar músicos e mulatas da “Mocidade Independente de Padre Miguel” do Rio de Janeiro.

 

-          Olimpíada Campanhense: Criada em 1958, pelo Irmão Albano, José do Carmo Lopes, Rui Vilhena, Custódio José Arantes, João Batista Araújo e Luiz Carlos Beck. É uma competição esportiva de equipes amadoras da região e do país. Atualmente os jogos tornaram-se atrativos para grandes clubes, como Atlético Mineiro, Mercedes Benz, GM / General Motors, Minas Tênis, Telemig Celular, Ulbra, Palmeiras, Sírio Libanês, entre outros. Grandes ídolos do esporte nacional participam dos jogos, como o jogador de volei masculino  da seleção brasileira Xandó, o maior jogador de Futsal do mundo Manoel Tobias, o jogador de basquete da seleção brasileira Ubiratã, entre outros. Hoje o evento é reconhecido pela Secretaria de Esportes do Estado de Minas Gerais, como a maior concentração de atletas do interior do estado.

 

-          Corrida da Independência: A Grande Corrida da Independência foi criada em 1972, para homenagear o Sesquicentenário da Independência do Brasil e da Sagração da Igreja de Santo Antônio, Catedral da Cidade. É uma corrida de revezamento de pedestre realizada por atletas da cidade, que conduzindo uma tocha olímpica, une as cidades dos diversos estados brasileiros e do Continente Americano à cidade da Campanha. A corrida é considerada a maior de revezamento do mundo, mantendo-se 24h em andamento.

 

-          Campanha Fest: Criado em 1997 para homenagear os 46 anos de fundação da Rádio Difusora da Campanha. O Festival musical inclui também, a realização de uma gincana cultural e beneficente entre as escolas e entidades da cidade, valorizando os grupos musicais com apresentação na praça central, e de grupos musicais famosos de todo o país.

 

-          Festa da Ponkan: Criada em l997, realiza exposição de frutas cítricas e seminários/palestras técnicas. Além de promover um baile da eleição da Rainha da Ponkan.  

 

-          Bailes: Tradicionais, os bailes de Carnaval, férias de janeiro e julho, Olimpíadas, Dia das Mães, Rainha da Ponkan, Beleza Negra, Formaturas, Lual da Piscina, Minas ao Luar (na praça central), baile da Saudade, e  Rainha dos Estudantes.

 

-          Exposições Artísticas: Existem vários locais destinados à exposição de trabalhos artísticos,  dentre eles destacam-se: Museu Regional com uma Sala de Exposição Temporária, Museu Vital Brazil, Centro Referencial do Turista, Banco do Brasil, Banco Real, Caixa Econômica Federal, Campanha Esporte Clube, Salão Paroquial, Centro de Convenções (antigo cinema), Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Nossa Senhora de Sion, Seminário Diocesano e escolas . Atualmente, as exposições estão direcionadas para o acervo cultural existente na cidade. 

 

-          Festa do Peão: Criada em 1989, apresentação de rodeios e shows.

 

-          Maria Martins e sua casa onde nasceu: A campanhense Maria de Lourdes Alves, conhecida como Maria Martins (1900-73). filha de João Luiz Alves, jurista, literato e político que aqui iniciou sua carreira é, ainda hoje, a maior escultora brasileira conhecida internacionalmente. Maria Martins casou-se ainda muito moça, com o escritor, historiador e ensaísta, Otávio Tarquínio de Souza. Depois casou-se com Carlos Martins, nosso Embaixador em Bruxelas, Paris, Tóquio e nos Estados Unidos. Maria Martins sempre o acompanhou em suas viagens. Na Ásia, ela colheu enormes conhecimentos daquele continente. Visitou a China quando começou a abrir as portas para o mundo, chegando a entrevistar Mao-Tsé-Tung. Suas viagens lhe renderam um livro – Ásia Maior, mas sua grande importância foi no campo da escultura. Em viagens pela Europa e Estados Unidos, desenvolveu sua técnica em bronze, conheceu André Breton criador do Manifesto Surrealista e tornou-se amiga do artista Marcel Duchamp, posteriormente seu amante, que chegou a realizar trabalhos em sua homenagem e utilizou-a como modelo. As obras de Maria Martins fazem parte do acervo artístico do Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMa), Museu de Arte Moderna em São Paulo (MAM), Paço das Artes da USP; também encontram-se trabalhos no Rio de Janeiro e na França. Uma boa parte de seu acervo pertence a colecionadores particulares. Como disse o crítico de arte Mário Pedrosa, as suas obras de caráter surrealista têm profundas raízes no barroco brasileiro. A casa onde nasceu Maria Martins está localizada à Praça Dom Ferrão da Campanha e conserva algumas características da arquitetura colonial.

 

-          Artesanato: Em 1961, Paulo Skau instalando sua primeira indústria em um prédio da rua Saturnino de Oliveira, iniciou seus trabalhos na cidade trabalhando com gesso, confeccionando imagens e ornamentos para presépios. Posteriormente voltou seus trabalhos para madeira. Várias indústrias artesanais foram oriundas desta. Os trabalhos são vendidos para São Paulo, Rio de Janerio e Rio Grande do Sul.

 

-          Tapeçaria: A técnica de tapeçaria foi trazida para Campanha por Maria Cecília Pereira Graciosa em 1985. Há várias fábricas de teares e tapeçarias na cidade. Os tapetes são vendidos para o Rio de Janeiro e São Paulo, exportados para países da Europa, como Itália, Portugal, Espanha, França e Inglaterra. Também são utilizados em cenários de novelas e teatros. As tapeçarias fabricam “Kilim” e “Arraiolo”.

 

 

- Aspectos Naturais:

-          A Reserva Biológica Municipal da Campanha – Engenho Velho - Área criada pela Lei Municipal nº 1602. Possuí área total de 180,93 ha, com 90% de área nativa preservada. Lá se encontram três nascentes que abastecem a cidade. A região é classificada como campos de altitude e florestas. A reserva consta, principalmente, de jacarandá, peroba, cedro, jequitibá, óleo, aroeira, candeia, guatambu. A fauna é composta por cobras (cascavel e coral), lobo, onça, raposa, preguiça, veado, gambá, pássaros diversos e outros animais.

-          Pico Coroado - Localizado no Bairro Canadá, apresenta uma altitude de 1.010m. É rodeado por afloramentos rochosos e em sua base existem águas correntes que possibilitam o exercício de natação. O topo do morro é tabular e apresenta condições para barracas e acampamentos. Do alto, podem ser avistadas outras cidades, além de Campanha.

-          Morro do Cruzeiro - Trata-se de um morro com altitude aproximada de 1000m. No alto estão as torres de recepção de TV , celular e um cruzeiro luminoso. O morro possibilita uma vista panorâmica da cidade de Campanha e com o auxílio de um binóculo  pode-se avistar, também, outras cidades.

-          Lago da Barragem - O lago, localizado no Distrito dos Ferreiras, oferece boas condições para pesca, canoagem e natação. Suas margens constituem extensa área de lazer com possibilidades de acampamento. No local existe serviço de chalés, de bar e restaurante funcionando diariamente.

-          Pântano da Lagoa  - Área plana, localizada no Bairro dos Procks, é inundada na época das chuvas. É cortada por riachos e coberta por vegetação rasteira com presença de árvores de porte médio. No local, há ocorrência de águas minerais ferruginosas, mas sem exploração.

 

Sítios Arqueológicos / Espeleológicos / Paleontológicos:

Algumas evidências de presença de sítios arqueológicos  foram pesquisadas e publicadas pelo editor André Prost da revista e programa Globo Ciência. Os principais são: Escavações de ouro (“catas “ – local de cata ao ouro), localizadas nos arredores da cidade. Margem do Rio Palmela, Santo Antônio e lagoas. Objetos encontrados são diversos, faca, bacias de cerâmica barro, cachimbos, pedras polidas, dos índios de várias procedências ainda não identificadas, também uma pedra lascada, entre outros.